AÇÃO E LUTA RENOVAÇÃO COMPLETA 1 ANO NA DIREÇÃO DO SINTE JOINVILLE.

Há um ano assumimos a direção do SINTE Joinville após uma grande vitória nas eleições gerais no final de junho de 2019. Durante este ano enfrentamos muitos desafios, logo de início tivemos que intervir contra o assédio e a escolha de vaga que acontecia no segundo semestre. 

É de extrema importância fazermos avaliações constantes sobre nossa atuação para podermos avançar na organização de nossa categoria. Depois de um ano, é necessário um balanço mais profundo para seguirmos adiante.

Precisávamos, segundo nossas avaliações, e também como desdobramento de nossa campanha nas eleições, focar em dois elementos: 1) visitar mais escolas e 2) participar ativamente das escolhas de vagas de professores ACTs. Sem dúvida avançamos muito nessas duas questões, mesmo agora em meio a pandemia, temos quase sempre um dirigente acompanhando a escolha. Além das chamadas do início do ano, seguimos nas chamadas públicas. Neste ano, especialmente, intervimos nas absurdas escolhas de vagas que foram além da meia-noite, a desorganização da CRE/SED impõe humilhação e desrespeito ao conjunto de nossa classe. Os professores ACTs são sem dúvidas, o setor mais precarizado, sem inúmeros direitos, contratados a salários menores e alvo fácil para diretores assediadores, precisamos dar um basta nessa situação.

Visitamos muitas escolas, na cidade de Joinville visitamos por mais de 3 vezes algumas escolas e no mínimo 2 todas as escolas. Fomos a São Chico algumas vezes. Barra do Sul, Barra Velha, Araquari e São João do Itaperiú também são constantemente visitadas. Mas precisamos avançar, precisamos tornar mais cotidianas essas visitas, podemos fazer mais. A escola de Garuva e a de Itapoá iremos priorizar neste próximo período. 

Ainda no ano de 2019 estivemos juntos na luta pelo não fechamento e abertura de matriculas da escola Oswaldo Aranha, que na época estava ameaçada de ser entregue totalmente a administração militar.

Temos reuniões da direção regulares para discutir ações e avalar as atividades da semana de forma bastante ampla, buscamos reunir todos os integrantes do grupo e deixamos em aberto a possibilidade de fazer reuniões da direção para toda a categoria. ainda não avançamos na execução desta proposta, mas é uma discussão constante entre nós.

No inicio deste ano tivemos uma importante mobilização dos segundos professores, com manifestação no Ministério Público em Público em Florianópolis com presença de nossa regional, a despeito total da direção Estadual que pouco fez neste episódio.

Nossa relação com o SINTE Estadual merece um capitulo a parte neste balanço. É preciso compreender que somos um sindicato de categoria estadual e desenvolvemos nosso trabalho na região de Joinville, são grupos com diferentes visões politicas e sindicais em diversas regionais do sindicato. Nós, especificamente temos muitas diferenças com o modo de agir da direção estadual, que atua de forma burocratizada, desencorajando a categoria ao não estimular suas lutas. Construímos uma oposição estadual junto com os companheiros de Criciúma, Itajaí, São José e Florianópolis, o Ação e Luta Renovação, ligado a CSP/Conlutas.

Neste ano de 2020, a partir das reuniões do Conselho Deliberativo, Assembleias Regionais e Estadual, negociação do SINTE com o governo, demos início a uma esperançosa campanha salarial. Estávamos a ponto de realizar uma assembléia estadual em março para votar o inicio da greve no magistério, mas veio a pandemia, cancelando todos esses compromissos. O que fica de saldo positivo é a mobilização que encontramos em cada visita a escola que fizemos no inicio do ano. Existe indignação entre os trabalhadores. Ninguém está feliz com as condições de trabalho e salário, a luta e a greve são instrumentos muito eficazes que ainda temos. A nossa organização e luta contra o governo é a única saída.

Neste período de pandemia, pelo que temos acompanhado, somos uma das regionais mais ativas. Além do acompanhamento nas chamadas dos ACT’s, estamos de plantão recebendo denúncias sobre casos que estão ocorrendo nas escolas durante a pandemia e fazendo a devida intervenção na CRE. Juntos com outras entidades organizamos um Comitê Sindical e Popular de Solidariedade, já arrecadamos diversas cestas básicas, produtos de higiene para o Lar Abdon Batista e para a comunidade indígena em São Francisco do Sul.

Em 2019 participamos do 4° Congresso da CSP/Conlutas que aprovou um plano de lutas para o próximo período com destaque ao chamado a um encontro nacional de lutadores, pela base, a fim de armar a classe trabalhadora para os enfrentamentos contra os ataques do governo Bolsonaro-Mourão, que vem se confirmando neste ano de 2020.

Iniciamos uma discussão para fundar o SINTE Municipal, em Araquari e Barra Velha, seguindo dispositivos do Estatuto do SINTE que prevê o estímulo na fundação das municipais. Chegamos a realizar uma reunião em Araquari, mas não conseguimos envolver a categoria da melhor forma para concretizar essa política.

Em assembléia regional, ainda em 2019, aprovamos a formação de uma comissão para estudar a situação do terreno adquirido pela gestão anterior assim como a resolução do problema que se arrasta por mais de 4 anos.

Na pandemia a categoria sofre com o acúmulo de tarefas burocráticas e normas absurdas impostas pela SED/CRE e Direções de escola. É diário on-line, Google Classroom, planejamentos quinzenais, devolutivas de alunos, via whatsapp, facebook, e-mail. Por outro lado, o EAD prova sua ineficiência ao constatar que a maioria das famílias não possui acesso às plataformas, apresentando enormes índices de não entrega das atividades solicitadas. O SINTE está atuante nessa situação. No começo da pandemia divulgamos nota, expondo os problemas da EAD e que não seria a solução de nossos problemas. Depois, com o agravamento da pandemia, exigimos do Governo Internet e equipamentos para que estudantes e professores pudessem realizar o trabalho a distância. Agora, nos últimos dias, estamos exigindo do Governo Quarentena Geral Já, com manutenção dos empregos e renda digna para todos catarinenses.

Em meio a Pandemia, SED implementa um Comitê para a retomada das aulas presenciais. Na assembleia virtual realizada dia 29/06 pelo SINTE Joinville foi aprovado GREVE GERAL caso o governo decida pela retomada as aulas.

Neste dia 10 de julho estaremos entregando um documento à CRE exigindo a garantia do isolamento social e a não retomada das aulas presenciais ou até mesmo híbridas (Presenciais e a distância) como governo vem sugerindo.

O SINTE Joinville tem participado ativamente dos Fóruns de luta da cidade, na construção dos atos pelo Fora Bolsonaro e nas atividades contra o racismo que tomaram as ruas de nosso país após a morte de Floyd nos Estados Unidos e o menino Miguel em Recife. Mas sabemos que o racismo não tem somente esses exemplos. É uma multidão de negros e negras assassinados pela PM, oprimidos pelos patrões. São as que ganham menos, são as primeiras a serem demitidos. A violência social tem cor e classe social. São negros e pobres os primeiros atingidos pelas crises, inclusive agora na crise sanitária que estamos vivendo.

Os desafios durante a pandemia são enormes e serão também após esse momento. Precisamos estar atentos aos ataques de Moisés e de Bolsonaro/Mourão. É hora de construir nossa luta, contra os ataques que se avizinham. É uma necessidade de nossa classe pôr para fora Bolsonaro/Mourão para garantir nossas vidas e suspender os ataques a nossos direitos.

Não temos ilusão que outro governo seja um benfeitor, será mais um tentando impor a sanha do capital, o lucro dos grandes capitalistas a partir da sangria da classe trabalhadora. É preciso resistir, e além disso construir um governo dos de baixo, dos mais precarizados, para derrubar os de cima.

SINTE JOINVILLE. Gestão Ação e Luta-Renovação.

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