PELO ADIAMENTO IMEDIATO DO ENEM


A pandemia de COVID-19 está se alastrando pelo país e problemas de 
desigualdades gerados por um sistema que já não priorizava os mais pobres, vão se agravando e mostrando as faces mais cruéis vivenciada por milhões de brasileiros pobres e das periferias. Na educação as aulas presencias estão suspensas em todos os estados, em alguns como Santa Catarina e São Paulo está sendo imposto o EAD, com a justificativa de uma continuidade no aprendizado.


Vivemos em uma sociedade baseada na desigualdade social histórica e que se apresenta para educação de forma cruel em tempos de pandemia. Uma pesquisa do Comitê Gestor da Internet no Brasil aponta que em 2018 o telefone celular era o único meio de acesso à internet da classe C, com 61%, e D/E, com 85%. Segundo dados da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), 55% dos acessos móveis do país são pré-pagos.
Os estudantes, principalmente os mais pobres, que moram em favelas e comunidades, hoje estão expostos ao risco da morte iminente, e não têm as condições mínimas de fazerem as atividades, mesmo que estas sejam opcionais. Mas não são só problemas de estrutura que pesam sobre estudantes e trabalhadores, milhares de brasileiros desempregados e sem renda não tem acesso aos 600 Reais, que são insuficientes para garantia do isolamento, muitos jovens estudantes trabalhadores e suas famílias, travam nesse momento um dilema pela vida, ficar em casa ou sair para tentar garantir comida?
O Ministério da Educação, na figura inescrupulosa do ministro Abraham Weintraub, anunciou que manterá as datas para a realização do ENEM para novembro deste ano, o MEC foi além disso, ao invés de definir políticas para suprir esses problemas apresentados, lançou uma campanha no rádio e na televisão que mostrou a forma desumana e desprezível por questões tão séria para milhares de estudantes, que nesse momento encontram mais dificuldades para estudar e preparar-se para a prova do ENEM. Durante a infeliz propaganda publicitária institucional, fica evidente o desprezo pela ciência e a gravidade da situação que   coloca “que a vida deve continuar", em um momento que as famílias enterram seus parentes aos montes. O Brasil já é o epicentro da pandemia.
A propaganda é baseada no mundo fantasioso, que existe apenas nas cabeças dos negacionistas, seguidores do presidente Jair Bolsonaro. A propaganda começa perguntando “Você gostaria que uma geração de profissionais fosse perdida?" Fazendo uma chantagem emocional com uma situação que pode e deve ser resolvida em amplo debate com setores da educação, lembramos que já estamos realmente perdendo milhares de profissionais, que estão sendo infectados, enfermeiros, médicos, serventes, motoristas do transporte público, coveiros entre outros, milhares de brasileiros.
“Vá à luta, estude em qualquer lugar”, é uma coisa cruel diante de tudo que o Brasil tem passado. Isso tira responsabilidade do MEC de garantir a universalização da educação e aplica a meritocracia, jogando a responsabilidade sobre estudante e não apresenta nenhuma saída ou auxílio para os problemas gerados pela pandemia.
Primeiramente é necessário dizer FORA Bolsonaro/Mourão e levem junto Weintraub, Guedes, Damares, Sales e todos desse governo genocida, que nega as orientações científicas e leiloa as vidas dos trabalhadores, certo de que o não adiamento seguem ás práticas criminosas de pressionar para o fim total do isolamento. É preciso fazer um debate sério e político sobre a EAD em tempos de pandemia, entender que milhares de jovens não tem acesso e que sim, isso está a aumentar as desigualdades e que o ENEM este ano já está comprometido. Fazendo um debate sério com estudantes e professores sobre as medidas mais qualificadas para usarmos neste momento. Assim defendemos:
1.       Repúdio e retirada imediata da propaganda enganosa e chantagista sobre o ENEM feita pelo MEC.
2.       Adiamento imediato da prova do ENEM, visto a necessidade de um verdadeiro debate sobre a realidade dos jovens brasileiros, baseado em dados científicos.
3.       Contra EAD e aulas remotas. Ampliar e intensificar a campanha contra a privatização da Escola Pública e da Educação;
4.       Contra as aulas remotas. Por discussões de auto-organização com a comunidade escolar, que democraticamente deve decidir o que pode fazer nesse período;
5.       Estabilidade de emprego para todos os contratados e terceirizados, garantia de emprego, assistência às famílias através de cestas básicas, referendada pelo valor do DIEESE;
6.       Nenhum desconto! Contra a retirada de direitos que já estão ocorrendo nacionalmente. Pela manutenção dos direitos adquiridos; não ao congelamento do salário dos servidores públicos – PLP 39;
7.       Denunciar o não acesso dos estudantes às aulas remotas, neste sentido, não poderá haver nenhum tipo de exigência por parte dos governos na avaliação desses conteúdos;
8.       Chamado à Greve Nacional da Educação, caso os governos chamem o retorno às aulas sem garantias à manutenção das vidas diante o contágio ao COVID- 19;
9.       Suspensão do calendário escolar enquanto perdurar a pandemia sem nenhum prejuízo para os alunos e para todos os trabalhadores em Educação;
10.   Organizar campanhas de solidariedade aos que foram demitidos e de readmissão desses trabalhadores.
#ForaBossonaro
#ForaMourao
#ForaWeintraub

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