O surgimento dos primeiros sindicatos, há mais de 200 anos junto a
revolução industrial, estava altamente ligado a luta contra o capital e a maior
parte de seus dirigentes defendia a necessidade da revolução socialista. Desde
seu surgimento muita coisa mudou. No Brasil, por exemplo, os sindicatos têm uma
ligação umbilical com o governo de Getúlio Vargas de 1931, com a consolidação
das leis trabalhistas e com os sindicatos ao modelo do Estado Fascista de
Mussolini que visava o controle das massas de trabalhadores. Essa ligação do
sindicato com o Estado trouxe e traz diversos problemas. Primeiro a luta
estanque do economicismo, ou seja, a finalidade única de lutar por melhores
salários e condições de trabalho. Depois o “encastelamento” de uma casta de
dirigentes sindicais, que usa de todos os recursos e privilégios que o cargo
pode oferecer o que chamamos de burocratização sindical. Ainda, o oferecimento
de serviços aos filiados, como médico, dentista, advogado, roteiro de férias,
financiamento de imóveis, entre outros tantos serviços que o Estado não é capaz
de oferecer, que damos o nome de assistencialismo. Portanto, nesta breve
análise, temos três problemas que vemos cotidianamente em nossos sindicatos: O Economicismo, A Burocratização Sindical e
o Assistencialismo.
Queremos tratar aqui sobre o assistencialismo a partir de um evento
real, cotidiano, de nosso sindicato.
Recentemente o SINTE Joinville fez um convênio com as Farmácias SESI
que dispõe de descontos de 13 a 30% nos medicamentos para quem for filiado ao SINTE.
Queremos dialogar com parte da categoria que vê nesse convênio, uma capitulação
ao assistencialismo no sindicato. Não acreditamos que um sindicato possa ser
caracterizado de assistencialista por conta de um (1 convênio). Temos diversos
exemplos de sindicatos aqui na cidade que possuem dezenas de serviços,
comprovados a partir de uma simples ligação telefônica na qual o sindicalizado
é atendido por uma gravação que oferece diversas opções para o associado. O que
não é o caso do SINTE Joinville.
Concordamos que um sindicato assistencialista é um sindicato que
abdica da luta econômica, da mobilização dos trabalhadores em troca da oferta
de diversos serviços ao contribuinte, muitas vezes substituindo o papel do Estado.
Mais uma vez, não é o caso dessa nova direção. Implementamos uma nova dinâmica
política em nossa regional. Com visitas constantes às escolas, com dirigentes
internalizando as discussões e tomando conhecimento do sindicato. Tocando as
questões de contrato e relação profissional contra a Gerencia. Dando
transparência as questões financeiras como na última assembleia. Das 30
regionais do SINTE fomos uma das poucas a realizar assembleia regional neste
período de mobilização (problema grave das outras regionais que não o fizeram).
Realizamos um seminário sobre a BNCC, somente Joinville e uma outra regional
realizaram esse seminário e o fizemos com qualidade, diga-se de passagem. Por
fim, estamos engajados nas lutas da categoria e temos discutido permanentemente
na direção formas de mobilizar mais e mais a categoria.
O Sindicato está aberto ao debate e as análises de toda a categoria,
organizada em partidos, grupos políticos ou movimentos, pois o debate de ideias
é que ajuda o sindicato a crescer.
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