Nesta semana teremos eleições para direção das Escolas Estaduais de
Santa Catarina. Uma luta histórica do sindicato que desfiguradamente, ganhou
forma no governo de Colombo no ano de 2015 para gestão 2016/2019. Um avanço
nesse processo, que antes previa apenas indicações das SDRs, da SED e do
próprio Governo Estadual. Porém esse modelo de escolha está longe do projeto
defendido pelo sindicato, não garantindo a democracia plena, desde os critérios
de participação, passando pelo período de campanha e finalizando com a votação.
Numa primeira análise, os proponentes devem preencher alguns
pré-requisitos como curso de gestão e não ter 5 faltas injustificadas nos 3
anos anteriores. Sabemos que nossa categoria, para fazer cumprir o mínimo das
condições de trabalho e salário, muitas vezes, precisa organizar e participar
de mobilizações, atos, assembleias e até mesmo greves, sendo que muitas dessas
paralisações são registradas como faltas injustificadas. Dessa forma os trabalhadores em educação que se colocam na defesa da educação,
pública, gratuita e de qualidade e que lutam pela garantia de seus direitos e
valorização profissional, ficam impedidos de participar do processo.
Também, o processo eleitoral, em suas regras gerais, parte do
princípio que os proponentes não podem fazer campanha com os alunos. O processo
prevê apenas ‘Defesas públicas do PGE’, desde que não paralisem as atividades
cotidianas da escola (a não ser que tenha acordo entre os candidatos). Ora, num
processo de escolha e democracia deveria priorizar a discussão, apresentação e
debate dos projetos propostos e não cercear as possibilidades de análise
destes. Neste sentido, até a própria CRE de Joinville está orientando às
escolas que abram maior possibilidade de discussão das proposições.
Temos notado, desde que assumimos a direção do SINTE Joinville, que o
pano de fundo (senão o central) da maior parte dos problemas que encontramos
para resolver junto a gerencia, tem relação com as situações de assédio contra
os professores. E estes diretores não sofreram nenhum impedimento de concorrer
à reeleição pelo contrário estão concorrendo e com o risco de serem eleitos e
continuar exercendo o assédio, pois como falamos este processo é muito falho o
edital diz que toda a comunidade escolar tem o mesmo peso de voto, ora como
pode ter o mesmo peso se são os professores que estão convivendo diretamente
com os diretores são os professores que são cobrados, que são assediados? Pois
estes diretores deveriam sim ser impedidos de concorrer a gestor de qualquer
escola.
Neste processo cabe entre tantos um questionamento:
o que farão essas novas direções ao se deparar com um processo de mobilização
dos trabalhadores em educação? Pois passada as eleições, os problemas de
valorização e condições de trabalho persistirão. O que o Governo e SED farão com os primeiros sinais de diretores que
não seguirem sua cartilha? Desta forma conclamamos os trabalhadores em
educação a nos mobilizarmos e participarmos dos espaços de discussão e deliberação
do SINTE e passada as eleições cobrar, desde a base do governo (diretores de
escola), uma verdadeira valorização dos trabalhadores em educação.
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