Nota sobre as eleições: professor do ensino público não vota em Bolsonaro

Sabemos que vários de nossos colegas de categoria votaram em Bolsonaro e no PSL no primeiro turno. Trazemos a posição da coordenadora da regional de Joinville, a fim de argumentar com a nossa categoria a gravidade que Bolsonaro representa para nossa profissão e nossas vidas.

A deputada mais votada em SC, Ana Campagnolo, uma defensora da Lei da Mordaça (da Escola sem Partido, mas que tem partido, o partido de Bolsonaro - que quer tirar a liberdade de expressão e organização dos professores, criminalizar o sindicato e suas lutas), publicou um vídeo nas redes sociais em que diz "professor só pensa em dinheiro" e ridiculariza a pessoa que a questionou sobre mais investimentos na educação pública.

Já o filho de Bolsonaro, Eduardo, defende que o serviço de educação não deveria ser público e que o governo forneceria vouchers para que os mais pobres (sem dizer quais se encaixariam nesse critério) tenham a "liberdade" de escolher uma escola privada onde seus filhos vão estudar. Lembramos aqui que os salários e condições de trabalho nas escolas privadas são muito piores que no serviço público.

O próprio candidato à presidência já declarou que o ensino, desde o fundamental, deve ser à distância, pois isso facilita o combate ao ensino do marxismo nas escolas.

Qualquer trabalhador em educação do estado de Santa Catarina sabe que essas declarações soam como piada e não têm nenhuma relação com a realidade e as necessidades da educação pública.

Neste domingo, votar contra o Bolsonaro não significa defender o PT, do qual sempre combatemos a política de colaboração de classes que o destruiu como um partido operário. Se elegermos Haddad, deveremos estar nas ruas, nas assembleias e em todas as lutas até que se revogue a reforma do ensino médio e se garanta todo o investimento necessário para uma educação pública, gratuita e para todos, em todos os níveis.

Orientamos os servidores a votarem nulo para o governo de Santa Catarina. A partir da declaração do próprio Bolsonaro, de que irá acabar com todos os ativismos e que aqueles que não concordarem com ele, ou vão presos ou terão que sair do país, chamamos para a presidência um voto crítico no 13 para garantir nosso direito de continuar nos organizando e combatendo.

Organize-se! Filie-se e participe do seu sindicato.

Clarice Ehrardt
Coordenadora da regional de Joinville do SINTE-SC



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