Estudantes do ensino fundamental da Maria Amin Ghanem serão realocados
em três locais. Vigilância manteve interdição na Rudolfo Meyer
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Mães de estudantes de escolas interditadas cansam
de esperar e também entram na luta |
Os cerca de 800 alunos do Ensino Fundamental da Escola Estadual
Maria Amin Ghanem, no Aventureiro, vão iniciar o ano letivo na semana que vem,
após quase um mês de atraso. As turmas serão remanejadas para três locais
provisórios a partir de terça-feira (12). Já para outros 750 alunos da Rudolfo
Meyer, no Floresta, as aulas continuam suspensas. A unidade passou por nova
vistoria da Vigilância Sanitária na sexta-feira (8), mas não foi liberada. Na
Conselheiro Mafra, houve a desinterdição parcial de cinco salas no prédio mais
novo. O local vai atender as séries iniciais, enquanto as demais turmas
continuam realocadas.
O
novo esquema de remanejamento para a unidade do Aventureiro foi acertado pela
SDR (Secretaria de Desenvolvimento Regional) de Joinville na tarde de sexta,
quando a secretária regional Simone Schramm recebeu uma comissão formada por
pais, alunos e lideranças políticas. Participaram do encontro representantes
das escolas Annes Gualberto e Maria Amin, do Sinte (Sindicato dos Trabalhadores
em Educação), da Ujes (União Joinvilense dos Estudantes Secundaristas) e da
Câmara de Vereadores. Para atender os alunos da Maria Amin, foram definidos
mais três locais alternativos.
As
turmas dos turnos matutino e vespertino do 6º ano do Ensino Fundamental até o
3º ano do Ensino Médio irão para o Cedup (Centro de Educação Profissional), no
Itaum. Os alunos do 1º ao 5º ano da manhã serão atendidos na Escola Municipal
Wittich Freitag, no Aventureiro, numa parceria com a Secretaria Municipal de
Educação. Por fim, as turmas da tarde do 1º ao 5º anos vão para a Plácido
Olímpio de Oliveira, unidade do Estado situada no Bom Retiro. Com as mudanças,
a Maria Amin ficará com turmas em quatro locais diferentes – o Ensino Médio
noturno já estava realocado na escola João Rocha.
A
secretaria Simone Schramm destacou o esforço de procurar as alternativas mais
próximas e com instalações adequadas. Mesmo assim, parte dos alunos terão que
estudar a cerca de 12 km, no Itaum. “Não tem condições de viabilizar em outro
espaço”, comentou, informando que para todos os deslocamentos será
disponibilizado transporte. Durante a reunião, também ficou definida mudança
para de manhã aos alunos das séries finais da Annes Gualberto que estavam em
turno intermediário nas salas da Asseossitec.
Na
segunda-feira, a Gered (Gerência Regional de Educação) vai organizar e divulgar
o esquema de transferência, que começa a valer a partir de terça. Também na
segunda, o secretário estadual de Educação, Eduardo Deschamps, vem à Joinville
para reunião na SDR.
Protesto
As
medidas alternativas foram anunciadas após novo protesto contra a situação das
escolas interditadas, dessa dessa vez em frente ao prédio da SDR, com a
participação de pais, professores e alunos das escolas Maria Amin Ghanem e
Annes Gualberto. Enquanto uma comissão de manifestantes se reunia com a
secretária regional, nas calçadas a maior parte do grupo cobrava a retomada das
aulas e soluções definitivas para evitar as freqüentes interdições. “A situação
está caótica na rede estadual. Medida paliativa não vai dar jeito no problema”,
destacou o professor Cláudio Fernando, representante do Sinte/Joinville,
considerando que a entidade vai continuar pressionando o governo. “É com
manifestação, com força, indo para as ruas que vamos mudar a situação que é de dez
anos, já faz parte do ano letivo”, disse o presidente da Ujes, Luiz Souza Neto.
Para
os alunos da Annes Gualberto, realocados na Assessoritec e na escola Léa
Lepper, a exigência é pela rapidez nas obras de reformas. “Nosso colégio está
em estado precário. Quem está deixando cair é o governo. Queremos a escola de
volta, mas queremos arrumada”, comentou a estudante do 2º ano, Letícia Alice de
Jesus, 15. Professor de Educação Física na Maria Amin, Gelésio Renato Limas,
considerou que tanto a interdição quanto os remanejamentos prejudicam a vida
escolar dos alunos. “Na área de educação física é preciso uma estrutura
propícia para as aulas. Pedimos que o governo se sensibilize para que a gente
possa dar aula”.
Obras
O
gerente de Infraestrutura da SDR, Fabiano Lopes de Souza, informou que reparos
emergenciais estão previstos a partir do dia 18 na Annes Gualberto, com
intervenções na cobertura, rede elétrica e sistema de drenagem. Os trabalhos
vão se concentrar primeiro em um dos blocos, visando a liberação parcial de
sete salas, e devem ser concluídos até o final do mês. Na escola Rui Barbosa,
foi retomada nessa semana a reforma da cobertura.
Para
as escolas Conselheiro Mafra e Maria Amin Ghanem, a SDR aguarda o resultado da
licitação para as reformas. O processo está em andamento, mas em função dos
prazos de recursos e contestações das empresas, serão pelo menos dois meses de
espera. “Em 60 dias a gente não consegue anunciar os vencedores”, ressaltou
Fabiano. Na escola do Aventureiro, o Estado ainda vai solicitar a liberação
parcial de um dos blocos para que parte dos alunos seja atendida na própria
unidade.
A
SDR esperava para sexta-feira a liberação da Rudolfo Meyer, após o término das
manutenções no telhado, banheiros e cozinha. “Cumprimos tudo o que foi solicitado
no auto de infração”, esclareceu a secretária regional. A fiscal sanitarista
Lia Renata Abreu, no entanto, manteve a interdição, considerando que as
instalações ainda não estão adequadas. “As obras foram mal executadas”,
afirmou, destacando que ainda é preciso regularizar a colocação de pisos e
azulejos nos sanitários. A previsão é que na terça-feira ela volte a conferir o
local.
Remanejamentos
nas escolas estaduais interditadas
Maria Amin
Ghanem – aulas na
escola João Rocha para ensino médio noturno
A
partir de terça (12):
-
aulas no Cedup, do 6º ano do Ensino Fundamental até o 3º ano do Ensino Médio,
turnos matutino e vespertino
-
aulas na Escola Municipal Wittich Freitag, do 1º ao 5º ano, turno matutino
-
aulas na Escola Estadual Plácido Olímpio de Oliveira, do 1º ao 5º ano, turno
vespertino
Annes
Gualberto – aulas na
Faculdade Assessoritec e escola Léa Lepper
Conselheiro
Mafra – aulas na
ACE e Católica de SC
Rodolfo Meyer – aulas suspensas até desinterdição
Rui Barbosa – aulas na escola João Martins Veras
Osvaldo
Aranha – aulas na
Faculdade Anhanguera
Fica-se estupefato saber que o governo do sr. Raimundo libera dinheiro prá construção de presídios, cadeias, sem licitação, com "investimento altíssimo na ressocialização", em detrimento à Educação. Em saber que esse (des)governo prioriza o erro, a fatalidade, à prevenção. Condição esta que perpassa todos os eixos da educação, que tem de ser de qualidade e acessível a todos.
ResponderExcluirO que esperar de pessoas com estes pensamentos e ações?
É até desqualificadora as ações que sustentam este governo que está (está!!!!) fazendo um pacto pela educação!!! É um engodo.