Protesto contra fechamento da extensão

Estudantes fecham a ponte de acesso ao Bairro Espinheiros e pedem a imediata abertura de matrículas para os 1º anos.


Estudantes fazem protesto contra o fim das turmas de extensão no bairro Espinheiros, em Joinville


Grupo com cerca de 200 manifestantes fez passeata e bloqueou principal rua do bairro por quase 15 minutos

Texto: Jornal Notícias do Dia
João Batista da Silva


Estudantes saem pelas ruas do Espinheiros
cobrando investimentos na educação e pedindo a
continuidade da extensão no bairro
Um mês depois do primeiro protesto, no final de outubro, alunos, professores e lideranças comunitárias voltaram a protestar contra o fim das turmas de extensão mantidas pelo Estado na Escola Municipal Maria Regina Leal, no bairro Espinheiros, para os estudantes matriculados da Escola Estadual Presidente Médici, no Boa Vista. Na tarde desta quinta-feira (29), cerca de 200 manifestantes participaram do ato em contrariedade à medida da Secretaria Estadual de Educação em não aceitar matrículas para as extensões de 1º ano a partir de 2013.

A manifestação foi marcada por uma passeata, com partida em frente à escola Maria Regina Leal, até a ponte da rua Baltazar Buschle, onde o grupo bloqueou o tráfego por cerca de 15 minutos, numa forma de chamar a atenção da comunidade e do governo. “Até que uma nova escola seja construída, a extensão precisa ser mantida. A falta de extensão gera evasão escolar”, comentou o professor Anderson Drapalski. De acordo com ele, a luta é para que o regime seja mantido não apenas nos Espinheiros, mas nas outras três escolas estaduais que mantém extensões – Gertrudes Benta Costa (Petrópolis), Juracy Maria Brosig (Paranaguamirim) e Alicia Bittencourt Ferreira (Profipo).

A presidente da Associação de Moradores do Loteamento do Moinho dos Ventos I, Jane Sartori, defende que a mobilização precisar partir de toda a comunidade. “A extensão foi algo muito difícil de ser conquistado. A gente não vai deixar fechar, não”, argumentou ela, uma das responsáveis pela implantação da extensão nos Espinheiros, em 2003. Para Lucas Kunen, 17, cursando o 2º pela extensão na Maria Regina Leal, a maior dificuldade seria pelo deslocamento até a escola de origem. “A maioria dos alunos trabalha o dia inteiro, daí fica muito apertado para chegar a tempo na escola. Se tiver que estudar longe, ficaria mais complicado”, advertiu.



Terminalidade mantida

A gerente regional de Educação, Clarice Portella, lembrou que, desde o início do mês, quando houve uma reunião com o grupo, a reivindicação foi encaminhada para a Secretaria Estadual de Educação. O objetivo é de obter uma decisão de caráter excepcional, mantendo a extensão na unidade também para quem vai cursar o 1º ano em 2013, considerando que a região dos Espinheiros não é atendida por nenhuma escola estadual. “Ainda não houve deliberação sobre o nosso pedido”, informou a gerente.

Até que haja um posicionamento do Estado, permanece o caráter de terminalidade das extensões. Para o próximo ano letivo, só foram aceitas matrículas paras os 2º e 3º anos, com o regime garantido até 2014. Para as três unidades da zona Sul onde há a modalidade, está encaminhada a construção de novas escolas no Parque Guarani e no Itinga, beneficiando os estudantes extensionistas. Já nos Espinheiros, a construção de uma unidade depende primeiramente da disponibilidade de um terreno, o que precisa ser providenciado pelo município. “Eles tem que acelerar esse processo, porque o Estado não tem como agilizar o terreno”, considerou Clarice.


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