Comando de greve se reúne no SINTESPE

Durante todo o dia de ontem  (25/04), esteve reunido na sede do SINTESPE em Florianópolis o comando de greve do magistério de Santa Catarina. A equipe é formada pela diretoria executiva do SINTE e por membros das 30 regionais do sindicato que atuam em todo o Estado.

Cada regional se pronunciou a respeito da situação em suas regiões, e diante dos fatos o SINTE afirma que há sim greve no Estado. Isso porque cerca de 30% do magistério está parado, e em nenhuma regional todas as escolas estão funcionando normalmente, algumas paradas totalmente, outras parcialmente, mas a cada dia aderindo ao movimento. Também não houve nenhum registro sobre oposição de pais ou alunos a greve.

Segundo o comando muitos professores, preocupados com seus alunos esperam o término do bimestre e os conselhos de classe, que estão acontecendo até o dia 02 de maio, para aderirem a greve, a partir daí o número de grevistas deve dobrar. Além disso, os dirigentes sindicais devem intensificar ainda mais a construção do movimento em suas regiões.

Deliberações do Comando de Greve
Intensificação da construção da greve com visitas as escolas em todas as regionais;
Atos públicos em Florianópolis e Chapecó, no próximo dia 03 de maio.

O não cumprimento do acordo de greve

Desde o acordo de greve assinado pelo Governo na ocasião da greve em 2011, a categoria espera pelo pagamento do piso na carreira e a descompactação da tabela, ou seja, 8 meses em sala de aula esperando que seja cumprida a Lei do Piso, que determina que o pagamento do reajuste seja feito em janeiro do ano vigente.

Proposta rejeitada por unanimidade

Por quatro dias o Governo enrolou a categoria com uma mesa de negociações, e no final das contas apresentou uma proposta com parcelamento em cinco vezes do reajuste de 22,22%: agosto/2012, janeiro/2013, maio/2013, setembro/2013 e dezembro/2013. Além disso, o plano do Governo não promove a descompactação da tabela e paga percentuais diferenciados aos vários níveis e referências do plano de carreira, não cumprindo assim a Lei do Piso, ou seja, 22,22% para todos.

Tal proposta foi rejeitada na Assembleia Estadual do dia 17 de abril por unanimidade.

A intransigência do Governo

Proposta entregue a categoria o Governo afirma: é isso e acabou, ou o magistério aceita ou não há negociações. Eduardo Deschamps declarou que com o magistério em greve não abrirá as portas para uma possível solução do problema.

Para o SINTE se ele quisesse mesmo negociar com a classe, não teria esperado até a última hora para apresentar sua proposta: às 19 horas do dia 16 de abril, inviabilizando qualquer tipo de estudo em cima das tabelas e percentuais oferecidos, visto que, a Assembleia Estadual aconteceria no outro dia. Sendo assim, ele não teria a responsabilidade de tentar outras possibilidades, premeditou o que vinha pela frente e delegou assim a questão para que o magistério decidisse. Ele nunca quis negociar e sim impor.

Liberdade de organização sindical cerceada

E se não bastasse toda ordem de absurdos cometidos por um Governo autoritário, estamos vivendo em uma nova DITADURA, onde as liberdades de expressão, de pensamento ou de movimento em prol de uma categoria, estão sendo reprimidos. Estamos vendo uma classe aterrorizada. Por ameaças, coação, assédio moral. Onde diretores, mandados pelo Governo, querem impedir a greve a qualquer custo. Act's ameaçados com demissões, com contratos não renovados, impedimento de fazer concursos públicos, sem falar no corte do ponto, nas faltas não justificadas e principalmente barrando a entrada dos dirigentes sindicais nas escolas.

Será que regredimos, retroagimos ao tempo em que militares davam as ordens no Brasil? Quando não podíamos nos organizar e lutar pelo que é justo e de direito dos trabalhadores?

Porém existe sim, uma organização. O SINTE, e este sindicato está providenciando medidas judiciais para coibir qualquer tipo de assédio ao magistério, que tem o direito constitucional de fazer GREVE. E não vai permitir o abuso de autoridade com os profissionais da educação de Santa Catarina.

Enquanto isso no Centro Administrativo do Governo...

Diante da negativa do Secretário da Educação em negociar com a categoria, que diga-se de passagem está aberta ao diálogo, o comando de greve decidiu ir até o Centro Administrativo do Governo do Estado, para conseguir então uma audiência com o nosso Governador Raimundo Colombo, na esperança que alguém do executivo Catarinense queira o final do impasse.

O ofício solicitando a audiência com o "chefe de Estado" foi protocolado junto a Secretaria da Administração, conforme nos foi orientado pelo "Capitão". Segundo ele, amanhã deveremos obter alguma resposta. Raimundo Colombo receberá ou não os representantes do magistério estadual? Veremos!


       

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